Grupos de oposição ao governo ditatorial de Cuba marcaram uma passeata nesta segunda-feira (15) para pedir mais liberdade política e a liberação de ativistas que foram presos depois de protestos em julho, onde até a internet e a luz foram cortadas para que os manifestantes não pudessem se organizar.
Foram convocados atos políticos em Havana e outras seis cidades. Os manifestantes combinaram que vão usar roupas brancas nos protestos.
O governo proibiu a manifestação desta segunda-feira, dizendo que o ato é parte de uma campanha de desestabilização política pelos Estados Unidos.
As manifestações de julho foram as maiores em décadas. Os protestos ocorreram como resposta a uma crise econômica, com falta de bens básicos. Os cubanos também protestaram contra as restrições impostas pelo governo para conter a Covid-19. Os grupos de ativistas afirmam que mais de mil pessoas foram presas após aqueles protestos, e centenas delas ainda estão presas.
O governo cubano, então, retirou as credenciais de cinco jornalistas da agência EFE, da Espanha, mas depois devolveu duas delas.
Três editores, um fotógrafo e um cinegrafista foram chamados pelo governo cubano para serem informados da decisão de terem suas credenciais retiradas.
Gabriela Cañas, a presidente da EFE, afirmou que a decisão de devolver duas credenciais é insuficiente, e pediu para o governo devolver as outras três.
A EFE afirmou que o governo cubano não apresentou nenhuma razão para cassar as credenciais.
Motivo dos protestos
No ano passado, Cuba viu o PIB encolher 11%. E a ilha, que importa mais de 70% do que consome, tem sofrido com a escassez de alimentos e remédios devido ao fechamento das fronteiras provocado pela pandemia de Covid.
A falta de comida é tão grande que o regime cubano impôs condições para permitir que camponeses matem vacas ou bois para consumo próprio. No pedido ao Estado pelo direito de matar o animal, é preciso declarar quanto leite a vaca já produziu e quantos quilos tem o boi.
A carência de voos internacionais também interrompeu as remessas em dólares que cubanos radicados no exterior, principalmente nos EUA, enviam para as suas famílias. Segundo dados oficiais, 65% delas recebiam ajuda de parentes. Há, também, o agravamento da situação sanitária devido à pandemia de coronavírus e à falta de estrutura hospitalar para atender toda a população.
Com informações do G1 e da Folhapress